Na tarde de ontem, 25 de junho, a Câmara Municipal de São Paulo deixou de votar a instalação de uma CPI para investigar os contratos relacionados ao sistema de transporte municipal. Mais uma vez, a população ficou sem uma resposta, mesmo depois de todas as manifestações que ocorreram na cidade. Além do vereador Toninho Vespoli (PSOL), outros parlamentares colocaram-se a favor da Comissão Parlamentar de Inquérito, inclusive integrantes da base governista. Mas, mesmo assim, não foi possível evitar que o PT se utilizasse todas as artimanhas regimentais para que houvesse o adiamento.
Agora, esperamos que a instalação da CPI possa ser criada hoje, quarta-feira, e estabelecida até quinta-feira. Entretanto não estamos otimistas já que deve entrar na pauta a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, LDO, sem a qual o plenário não poderá entrar em recesso.
Ressaltamos o papel vexatório que desempenhou o líder do governo na Câmara, Arselino Tatto (irmão do secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto) na reunião de liderança que ocorreu antes da sessão plenária de hoje. Segundo ele, a dificuldade da Comissão de Transportes da Casa em compreender os dados já fornecidos pela Prefeitura sobre os custos do sistema de transporte é consequência da falta de preparo dos vereadores. A afirmação foi fortemente criticada por diversas pessoas presentes, pois não só os vereadores da comissão, como equipes técnicas da Câmara e representantes da sociedade civil declararam a impossibilidade de entendimento dos documentos. “São planilhas feitas para não serem compreendidas. Eu sou matemático, e não entendo. Quem não deve, não teme. Se o governo acredita na idoneidade do sistema, então deveria apoiar a CPI e não fugir dela”, afirmou Toninho Vespoli.